Memórias de ausência, testemunhos de persistência: a talha barroca das igrejas de Nossa Senhora do Socorro, de Santo Estêvão e de São Miguel, em Lisboa
DOI:
https://doi.org/10.48751/CAM-2018-9171Palavras-chave:
Lisboa, Mouraria, Alfama, Talha, IgrejasResumo
O conhecimento sobre a feição dos interiores das igrejas barrocas de Lisboa, muitos deles desaparecidos ou radicalmente alterados, tem sido enriquecido nos últimos anos, graças à investigação sistemática em arquivos e bibliotecas. O recurso às fontes primárias, em amplo confronto com informações recolhidas em crónicas, demais bibliografia e registos visuais permite hoje alargada compreensão sobre os mecanismos económicos e socioculturais subjacentes às encomendas de obras de talha, das quais nos ocupamos neste texto. No âmbito dos registos de encomenda e pagamento de obras de arte destacam-se os Livros de Receita e Despesa das irmandades, nos quais se arrolavam os gastos anuais daquelas instituições. Ao assinalar, tanto a natureza das obras, quanto os custos, prazos e nomes dos artistas, constituem-se também como ferramentas indispensáveis para a compreensão de fenómenos díspares, mas interconectados, tais como relações entre encomendadores e artistas, entre artistas e intermediários e mesmo entre todos os intervenientes e a justiça do reino. Neste estudo abordaremos três casos paradigmáticos: as igrejas de N.ª S.ª do Socorro, de Santo Estêvão e de S. Miguel de Alfama, que se apresentam como testemunhos cabais do percurso histórico das obras de talha da época barroca.
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