A escrita na legitimação do poder: a letra joanina e a Dinastia de Avis. Contributos paleográficos
DOI:
https://doi.org/10.48751/CAM-2018-10136Palabras clave:
Poder, Chancelaria Régia, Letra joanina, Paleografia, Dinastia de AvisResumen
Numa época de mudanças, o surgimento de uma nova dinastia a necessitar de legitimação e afirmação faz-se de várias formas: a escrita é mais uma das hipóteses de demonstrar a mudança em relação ao paradigma anterior de governação e sobre a configuração de poder do novo monarca, com uma mudança nos cargos de Chancelaria e da escrivaninha. Com a subida ao trono de D. João I e a inauguração do poder de Avis, verificamos uma mudança quase imediata no ductus das letras dos documentos feitos na Chancelaria Régia. Também no assento de quem escreve há alterações: novos homens numa nova administração, todos sem muita experiência nos cargos. A escrita torna-se um veículo essencial de poder, confirmando o que se fazia sentir desde o século XIII, com o aumento da burocracia e da importância do registo documental. A análise paleográfica desta nova grafia (que por surgir no reinado de D. João I apelidámos de joanina), a demonstração de semelhanças e influências da escrita bâtarde, a ação que a diplomacia e corte inglesas podem ter tido com a vinda, para o reino, da mãe da Ínclita Geração como tentativa de unidade e Corte com a dinastia anterior, bem como a legitimação de poder levada a efeito pelo Mestre de Avis é o que nos propomos neste breve artigo.
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Derechos de autor 2018 Ana Pereira Ferreira

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