São José em Lisboa: um bairro tridentino
DOI:
https://doi.org/10.48751/CAM-2019-12120Palavras-chave:
Bairro, São José, Associações de leigos, ContrarreformaResumo
Este artigo analisa o Bairro de São José de Lisboa e de como o seu aparecimento e desenvolvimento estiveram intimamente ligados à Contrarreforma. Em 1567, cerca de quatro anos após o encerramento oficial do Concílio de Trento, uma ermida dedicada a São José, situada junto a uma das principais vias terrestres de acesso à cidade, a menos de um quilómetro de distância das Portas de Santo Antão, foi transformada em sede paroquial de uma nova freguesia. A escolha de São José como patrono não foi fruto do acaso, tratando-se de uma medida deliberada levada a efeito pela Coroa e pela Igreja. Inseriu-se numa estratégia mais vasta de disseminação da ideologia contrarreformista fazendo uso da célula base da estrutura administrativa da Igreja Católica, a sede paroquial. A obrigatoriedade, então estabelecida, de existência de registos paroquiais e de participação em diversos atos religiosos por parte de todos os fregueses contribuiu decisivamente para a formação de vínculos comunitários de vizinhança entre os habitantes do Bairro de São José.
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